28 dezembro 2011

De repente envelheci

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De repente envelheci.
E aquele sorriso aberto ficou mais tímido.
E aquele fogo recebeu um banho de água fria.
O espelho está diferente hoje e eu não entendo.
Não entendo as personagens por trás de máscaras que não são cortinas.
Assim como não entendo as cortinas que se fecham enquanto o ator tenta ser-se em papel.
Hoje me sinto tão vulnerável...
Passeia o vento nos meus cabelos e eu passeio junto com o vento.
A voz segura de anos atrás ganha uma entonação arrastada e carregada.
A dramaticidade dos casos de amor torna-se madura, porém cruel.
Queria deixar na cômoda meu cômodo desejo de voltar atrás.
Oh, por que me deixei levar por medos tão iminentes?
Cá estou eu relembrando histórias que não escolhi viver.
Vão-se ali os sonhos e ficam aqui as destrezas de uma ilusão a longo prazo.
Não me arrependo. Só não entendo.
Não entendo minha mente desprovida de coragem.
Assim como não entendo porque não decidi ser atriz uma vez na vida!
Quem sabe eu não estivesse tão cansada e velha no auge dos meus 28 anos.




[Para aqueles que deixaram de aproveitar as oportunidades de vida que lhe surgiram em segundos de um dia qualquer]
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22 dezembro 2011

FAMUSI 2011

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No ano passado participei do 1º Festival Amazonas de Música (FAMUSI). 
Como já postei aqui, foi uma experiência unica, pois quis muito experimentar a sensação de cantar no palco do Teatro Amazonas.

Bem , movi montanhas pra fazer minha inscrição para o festival este ano. Fui incentivada por pessoas que compreendem que participar, aparecer, experimentar, vivenciar, mostrar seu trabalho... é muito importante pro artista. Pois bem, tive que ser dura na queda pois o complô pra que tudo desse errado me rondava a cada instante. Sobretudo, desistência não é muito a minha praia, então fui.

Neste ano o regulamento pedia que o demo fosse de somente voz e violão ou voz e piano. Infelizmente eu não tinha tempo para gravar a canção que eu gostaria, então tive que inscrever a música que tinha já gravada. No último dia e sendo a penúltima da fila, fiz minha inscrição. Depois disso era torcer pra ser selecionada dentre as 30 músicas a concorrer no festival. Passado uma semana saiu a lista e olha lá minha música junto às outras 29.

Fiquei super contente. Uma pena que depois do primeiro ensaio uma pessoa que sinceramente, não merece nem ser mencionada, pirou o cabeção e resolveu fazer do meu momento de alegria um verdadeiro alvoroço. Enlouqueceu, pinotou, esperneou e no dia seguinte estava falando para os quatro cantos do mundo que minha música era dele também. Como assim? Uma música que meus amigos estavam cansados de ouvir a anos, nas rodinhas de violão, ser de um cara que acabei de conhecer? Pirei com isso! Quase desisto de participar. Depois entendi que seria injusta comigo mesma se renunciasse a algo que tanto queria, por conta de alguém desprovido de bom senso e informação. Fizemos o arranjo juntos e reconheço bem os méritos a quem lhe são adqueridos, mas arranjo é uma coisa e composição é outra, ahhhh...

Tive que mudar todo o arranjo. Os musicistas da banda base foram ótimos comigo. Deram uma nova roupagem à minha música e no dia 23 de setembro lá se foi a Nara subir ao palco defender sua canção. Confesso que estava mais segura que no ano passado, mas por não ter muita intimidade com a nova versão, fiquei meio sem saber o que fazer. Acabei ficando muito presa embora a voz bastante solta. Mas no geral, gostei, embora não tenha me dado por satisfeita pelo simples fato de estar menos nervosa que no ano passado e ter ficado tão “travada” . Não tenho muita desenvoltura (acho). Deve ser devido à falta de experiência. Ou uma hora se lapida ou tudo se estagna de vez, haha! Falando em “se estagna”, minha música se chama “Vou me estagnar”.

Bom, não ganhei premiação, o que para mim não foi surpresa alguma. Muita gente boa e como já disse, a música inscrita não era muito a cara de festival (se é que existe isso). Porém ganhei o mais importante, o calor dos aplausos que naquele mínimo instante de adrenalina soam tão cadenciados e evidentes...Através desse mesmo calor percebe-se a sinceridade de cada um deles. É esse o termômetro que todo artista precisa pra continuar acreditando ou não no que faz.

Ficam aqui meus sinceros pêsames a todas aquelas pessoas que na sua intimidade mais profunda, seja no ócio ou em plena ocupação, deixam-se manifestar através da arte sua criatividade, nascendo assim obras que são suas, somente suas, e que por confiarem em outros, ou por circunstâncias que não lhe são muito favoráveis, acabam perdendo uma parte de si (suas obras) para pessoas incapazes de usar a imaginação de forma inventiva, tendo assim a triste atitude de se apropriar do que não lhe pertencem. Pessoas essas que inclusive sabem que isso além de crime é desonesto e imoral.


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