29 abril 2010

S.O.S Acho que eu vou morrer!!!

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Lá estava D. Nara jogada no sofá olhando pro teto, fazendo mil caras feias, com uma dor de dar dó. Nem sequer saliva podia engolir, coitada! Parecia que havia um boi entalado no esôfago ou sei lá onde. (Ela nunca foi muito boa em anatomia).
Com aquela dor insuportável misturada a uma vontade de comer imensa ela sabia que a única solução era ir a um hospital urgente, pois há dois dias ela não comia direito. Incentivada e motivada por amigos queridos (e um especial até demais da conta), ela se encheu de coragem e lá se foi.
Ligou para seu pai que logo pediu para seu primo buscá-la e levá-la ao médico mais que depressa.
Então ela foi ao SPA mais próximo de sua residência com a tal da dor de lascar no peito que até se sentia nas costas de tão forte que era. Fez sua fichinha básica, mediu pressão, subiu na balança e foi rumo ao desafio de ser atendida ainda aquele dia.
Darkinha nunca foi de 'perder as estribeiras' por pouca coisa não. Mas sabe-se que a única coisa que ela adoraria era que a dor fosse pro espaço pra então conseguir comer uma comidinha bem gostosa, porque ninguém merece passar dois dias à base de suco, iogurte e água.
Havia quatro portas - consultórios 1,2,3 e 4. Uma desorganização absurda! Dois consultórios inativos pois não tinha médico para atender. E então ela ficou naquela muvuca de gente esperando a vez que ela nunca saberia que era a dela, exceto quando alguém dissesse.
Passado alguns minutos, ela observou que no consultório onde entraria, havia uma moça sentada numa cadeira enquanto os pacientes entravam e saíam. Aquilo a deixou intrigada. Chamou uma enfermeira e perguntou:
- Com licença, você pode me dizer quem é aquela moça que está ali sentada dentro do consultório?
- Deve ser bem um "rolo" do médico.
- Heinnn??? " Rolo" do médico? Bem que havia imaginado... Consulta é uma coisa particular, íntima. Se muitas vezes já é constrangedor falarmos de algumas coisas pra um médico, imagina pra uma pessoa estranha que não é enfermeira nem nada...
- Mas eu não tenho certeza, eu só acho. Você está certa, certíssima.
- Tudo bem, obrigada.
Quando uma coisa incomoda D. Nara, xiiiiii.
Finalmente chegou sua vez e então ela entrou. A primeira coisa que fez foi dar uma encarada na tal mocinha. ( Parece implicância né, rs). A mocinha rapidamente pegou o celular e ficou lá tentando disfarçar o que não dava pra disfarçar.
- Aguarde só um momento enquanto atendo uma ligação!
- Ok. ( Fazer o que né!)
(... blá blá blá ... blá blá blá... blá blá blá... depois de minutos infindáveis -parte 1)
- Então, o que você está sentindo?
- É... doutor, ela trabalha aqui? É enfermeira?
- Han, por que?
- É que consulta é uma coisa íntima e gostaria de privacidade.
- Haha! Ok. Fernanda me espera lá fora. Já já termino tudo.
...
- Sinto uma dor "aqui" doutor, há dois dias não consigo comer direito, é como se algo impedisse a passagem do alimento, dói muito, é uma dor insuportável.
- Pode tirar a blusa?
- Posso abrir o zíper, a dor é logo "aqui". ¬¬
- Hum, ok. Faça um raio-x e retorne aqui comigo.

À espera da porta do raio-x abrir:
- Sabe dizer se tem alguém aí dentro? A porta tá trancada.
- Tem sim. Acabei de sair daí e ninguém mais entrou.
- Aff, que demora!
(... depois de minutos infindáveis - parte 2)

Finalmente a porta é aberta e adivinhem só. A enfermeira toda descabelada ajeitando a alça da blusa.
Logo atrás um rapaz com uma cara feliz de dar gosto. Aliás, daria até gosto, se Nara não tivesse achado uma tremenda sacanagem os enfermeiros se pegando lá dentro... enquanto os pacientes morriam lá fora.
Ela entrou numa anti-sala para vestir a bata... mas o tal carinha continuava lá.
- Ele não vai sair pra eu poder tirar minha roupa?
- Vira de costas, ele não vai ver não.
- Você não entendeu. Quero que ele saia. Não é pra ele estar aqui, se fosse, não veria problema algum.
- ÉÉÉÉ, você tem razão, desculpa. Sérgio, espera lá fora tá!
-Obrigada!

Que bagunça! Nara já estava ficando louca da vida!!!!! Pegou o raio-x e voltou ao médico. Voltou é só modo de dizer,pois a sala estava inativa porque o médico havia sumido do mapa.
Ficou lá esperando com mais trocentas pessoas a boa vontade do médico retornar ou outro assumir o seu lugar.
De repente o médico surgiu do nada, (do nada não) pois estava trancado com a médica no consultório ao lado.
Era um tal de tranca-tranca naquele hospital que MINHA NOSSA!
O médico então pediu pra entrar o próximo. Era uma mulher de cabelos curtos, rosto retangular, abatido por ALGUMA DOENÇA obviamente...
(... Palmas pra consulta mais demorada do ano! (...)... Minutos infindáveis - parte 3)
- Acho que a mulher morreu lá dentro! (Disse uma moça muito nervosa por sinal)
- Eita!
- Alguém bate nessa porta aí! ( Falou um senhor de idade... se queixando de dores nas costas)
- Isso é muita sacanagem, eu aqui desde manhã!! Não aguento mais. A gente vem pra se tratar e fica é mais doente!
O pessoal realmente estava se revoltando e com razão!
D. Nara então bateu e tentou abrir a porta e viu que MAIS UMA VEZ a porta estava trancada. Foi inevitável,chamou a enfermeira-chefe. Onde já se viu!?
Ela foi verificar o que tinha acontecido e pra surpresa de todos o médico simplesmente saiu com a paciente pelos fundos.
Ali só havia uma médica até então... para atender os trocentos pacientes que lá fora permaneciam com suas dores.
Logo um médico substituto chegou e chamou o próximo. Era a vez de D. Nara.
- Sim, o que você tem?
- Está aqui meu raio-x, estou retornando. Sinto dores no...
- Está aqui. Vá tomar essa medicação.
- Você nem olhou o raio-x. Pode me dizer alguma coisa!??? Me encaminhar pra um especialista?...
- É uma dorzinha à toa. Tome essa medicação aí. Próximo!!!
- Que absurdo! Sabe quantos anos não vou a um hospital!?? Não vim à passeio, vim porque realmente não me sinto bem e isso não é uma dorzinha à toa.
- Tome a dipirona! Próximo!!!!!
- Sistema público de saúde realmente é uma vergonha! ¬¬ São poucos os lugares que se salvam.

Narinha saiu de lá tão indignada, mas tão indignada, 
que só foi tomar as tais injeções de dipirona/diclofenaco porque já estava lá mesmo.
Enfrentando mais uma fila gigante e um carinha sem noção sentado ao seu lado 
esquecendo que aquilo não era uma balada e sim um hospital. 
Fazia de tudo para ser o 
mais  in-con-ve-ni-en-te e desagradável possível.
(... Enquanto isso, minutos infindáveis - parte 4)

- Via Sol!
- Quê??? Falando comigo?
- Tua sapatilha...é Via Sol.
- Aff.
- Vejo que no seu raio-x você não tem nada no pulmão. Aliás, tá tudo em cima hein!
- Tá fazendo o que aqui na fila do hospital , doutor?
- Não precisa ser doutor pra saber isso. Você pratica esporte?
- Não!!!
- Descobri que caminhar faz bem, subo todos os dias a ladeira imensa perto da minha casa.
- Parabéns! ¬¬
- Tua medicação é dipirona e diclofenaco né!? A de todos é a mesma.
- Eu hein, que horror! Gente com sintomas diferentes, 
doenças diversas e o mesmo medicamento 
pra todos?
- É só isso que eles passam. No máximo eles dão soro pra quem precisa.
- Se eu soubesse tinha era ficado em casa curtindo minha dor. Foda isso aqui!
- Prepara tua bundinha, linda. Vai já tomar injeçãozinha.
- Prepara a tua também então. Ou você se esqueceu que é a mesma medicação?
- É sempre mal-humorada assim?
- Sou até pior, ainda estou é paciente, vai ver é porque estou aqui como paciente 
mesmo.
- Nara Castro Andrade, sua vez...
- Boa sorte, amor!
- Não enche ow sem noção!

D. Nara não estava realmente com muita paciência. Sentia uma dor absurda e nem 
sequer sabia o que era. A única coisa que ela sabia era que tinha que ir a um médico 
decente urgentemente.
Ao chegar em casa gritou: S.O.S ACHO QUE VOU MORRER!!!
Dramática essa menina!?? Não mesmo!
Realmente foi um dia de cão, mas não é que ela está vivinha da silva!? E põe viva nisso!

=)

Mais uma vez...sobreviveu.





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