07 dezembro 2009

Se ninguém conhece ninguém então está tudo bem!

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Eu estava aqui pensando com meus lacinhos de estimação: Será que eu pareço “uma mocinha simpática”?
Acho engraçado como as pessoas dos mais diferentes mundos, resolvem encostar-se na mureta mais próxima de mim e desenvolver uma espécie de desabafo misturado com confidências cotidianas.
Em algumas situações eu até vejo como um presente, porque eu saio sozinha, sem rumo e nada programado. De repente lá estou eu conversando com alguém que nunca vi na vida. Embora normalmente eu seja mais ouvinte e articuladora de informações. O que significa que nem sempre interajo de forma direta.
Mas fato é que eu me pego pensando em como pode alguém querer conversar com alguém que nunca viu na vida? Falar sobre suas intimidades, particularidades e afins? E subitamente me vem uma reposta remota de que talvez seja simplesmente o fato de não conhecer que passa uma certa segurança. Afinal por que temer em falar que "pulou a cerca" na noite passada, comprou umas roupinhas num brechó fuleiro ou tirou umas moedinhas do cofre da avó só pra comprar uma calcinha sexy pra transar com o vizinho? Certamente eu não me daria o trabalho de investigar a vida dessas pessoas e dedurá-las. E deve ser exatamente isso que elas imaginam. Ninguém conhece ninguém e então está tudo bem.
Bem, semana passada eu fiquei esperando o tempo passar mas acho que ele estava de mal comigo ou o meu relógio estava parado. Sentada num banquinho de concreto, vendo os carros passarem e cantarolando uma canção... Ouço alguém me dizer: - "Boa tarde!"
Automaticamente olhei e era uma senhora com uma sacola na mão. Estava de calça jeans, camisa estampada e chinelos. Respondi com um "boa tarde" e um sorrisinho tímido. Logo ela sentou do meu lado e com a respiração bem ofegante disse: - Poxa, perdi o ônibus minha filha! Corri, corri, mas o FILAdaputa do motorista não parou. Agora vou esperar mais meia hora pra essa bosta passar de novo! Vou sentar aqui um pouquinho pra descansar e esperar o tempo passar.

Eu continuei no meu cantinho esperando o tempo passar pra voltar pra casa no final da tarde. Uma amiga me ligou, falamos um pouquinho e logo desliguei. A senhora então começou a falar pelos cotovelos enquanto eu era bem econômica nas palavras.
- Ai, estou tão cansada minha filha, trabalho na feira e é trabalho que não acaba mais!
- Hum.
- Ainda bem que meu marido me ajuda. Estamos casados a 40 anos.
- 40 anos. É tempo hein!
- Se é! Dia desse um gaiato passou na frente da minha banca e perguntou se eu queria curtir um pouco. Puta merda, eu quase vôo em cima daquele velho ridículo!
- Rsrs.
- Minha filha pense num homem feio!? Você acha que eu, casada a 40 anos, vou mesmo ficar com um velho feio que não tem onde cair morto?
- Não? Hahaha!
- Não né! Era horrível, além de enxerido. Odeio homem enxerido!
- Rsrs. Dá raiva mesmo!
- Meu marido não é lá essas coisas, mas quando a gente era mais novo, ele era muito bonito sabe.
- Sei...
- Eu me acho linda. Te juro, me acho muito mais bonita que muitas mocinhas de 20 anos por aí.
- Hunrum.
- Não falo de ti viu, você é bonitinha.
- Rsrs.
- Falando em menina de 20 anos, tenho uma sobrinha que me adora mas às vezes abusa. Me ligou ontem perguntando se podia dizer pra mãe dela que ia dormir lá em casa. Vê se pode!?
- Han...
- Aí eu disse que não né. Vai que acontece alguma coisa. Só ia dar pro meu! Eu adoro ela, mas também não é assim. Sou muito responsável sabe.
- Hunrum.
- Sábado passado a gente foi prum bar e ela tava toda empolgada com um cara que tinha conhecido. Eu falei que em bar ninguém arranja homem pra casar não.
- E onde estão os homens pra casar?
- Minha filha eu não sei, mas em bar com certeza não.
- Mas isso não depende do bar? Porque se for pensar assim, todas as meninas irão à igreja achando que lá estão os homens para casar.
- Ah minha filha, mas os bares que nós vamos não são dos melhores.
- Rsrsrs...entendi.
- Mas eu falo para as minhas sobrinhas e elas nem ligam. Depois vêm chorando reclamando que eram casados, safados e mais um monte de coisa.
- Hum.
- Ai, ontem comprei um monte de brinquedo vagabundo pra dar pra meninada lá de casa.
- Hunrum.
- Mana, não adianta comprar brinquedo bom e caro pra depois de uma semana a gente só ver a sucata. Eu compro é dos bem baratinhos mesmo. Se quiser, se não quiser melhor pra mim.
- Rsrs.
- Já comprou teus presentes de Natal?
- Ainda não.
- Ah, vai lá nesse lugar que eu comprei, tem um monte de tranqueira até de R$5,90.
- Rsrs.
- É sério!
- É, quem sabe...
- Comprei uns carrinhos, umas roupinhas, umas bonecas, umas toalhas...
- Sei...
- Se bem que eu também não sou rica né. Nem que eu quisesse ia comprar coisa muito cara.
- Hum.
- Minha filha, acho que vou lá pro ponto porque meu ônibus deve estar pra passar.
- Tá bom!
- Tá esperando alguém?
- Não.
- Ah tá...cuidado, pode ficar perigoso quando anoitecer.
- É, eu sei. Já estou indo pra casa.
- Tchau então minha filha. E não esquece de passar lá na loja. Isso se você não for rica né.
- Hahaha. Sou não senhora.
- Então, bom Natal pra vc.
- Pra senhora também. Vá com Deus.
A senhora seguiu seu caminho e eu continuei lá por mais alguns minutos. Logo a noite resolveu aparecer e eu fui embora pra casa.
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03 dezembro 2009

Atrocidades em Bizarrices

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É impressionante como as atrocidades do mundo tentam me sugar, me desequilibrar, me perseguir...
O mais impressionante é como consigo transformá-las em pequenas partículas de bizarrices.
Ninguém me disse se isso é certou ou errado. Ninguém também nunca pediu pra eu parar. Nem um ‘dá licença’, ‘peraí moça’ ou coisa assim. E mesmo se dissesse eu iria continuar.
Afinal, me desesperar pra quê!? Todos sabem, quando começo a andar, não quero mais parar.
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