Sonhei que eu contratava Vanessa da Mata pra cantar uma música em especial pra mostrar a todos que ela cantava de forma diferente, fazendo uma voz de menina dengosa.
Chegada a hora tão esperada da apresentação , convidei todos a prestigiar o tal show. Vanessa subiu ao palco improvisado e começou então a cantar a música de forma muito com-ple-ta-men-te normal. Fiquei lá esperando ela cantar a segunda estrofe e nada dela fazer a voz dengosa.
Eu fiquei decepcionada, saí dali muito chateada e algumas pessoas, é claro, me criticaram.
Bem, depois acabou o showzinho que me “derrubou” e eu fui para uma sala ao lado. Lá havia vários computadores e umas caixas de halls preto. Um garoto sentou-se ao meu lado e insistiu pra jogarmos um jogo de guerra muito maluco. Eu não entendia absolutamente nada e mesmo sem querer eu estava ganhando dele. Ele me dizia: “Você tava escondendo o jogo né.” E eu pra não ficar por baixo ria ironicamente e mordia a língua enquanto matava aquele monte de soldadinhos sujos de barro.
A brincadeira estava muito divertida, mas chegou um tal chefe que antes não existia. Daí eu raciocinei: “Putz, aqui é um escritório! Moh ambiente de trabalho e eu matando soldadinhos!”
Então prontamente levantei-me, saí da sala, fui à uma cozinha fazer mingau de aveia. Uma moça pediu a colher de pau pra mexer o mingau, eu dei. Em seguida ela começou a falar: “ Que mico aquele hein! Vanessa da Mata te sacaneou! Eu já ouvi ela cantar com voz dengosa, ela que não quis cantar hoje só pra mostrar que você não tinha razão."
Eu olhei pra cara da menina que tinha um par de olhos azuis enormes e um cabelo dourado, peguei a colher de pau da mão dela e disse: “ Você poderia ter dito isso lá na hora do show né”. E ela respondeu: “Ninguém iria acreditar, aqui sou conhecida como a menina blue da mentira.”
Ela tinha os olhos enormes, mas confesso que naquela hora eu abri os olhos o máximo que pude de tão assustada! E imaginei: “ Ela está mentindo pra mim?”
Depois saí com a panela de mingau e fui oferecer ao chefe. Ele provou o mingau, olhou pra mim, disse que estava muito gostoso e eu então perguntei se podia jogar o jogo dos soldadinhos no computador. Os demais colegas de trabalho olharam pra mim como quem dissesse: “ Ela vai ser demitida agora!!!!!!!!” Mas não foi o que aconteceu. O chefe sorriu calorosamente pra mim com seu bigode de mingau estampado em seu rosto e disse que eu poderia ficar à vontade. Eu sentei ao lado do menino novamente e então comecei a jogar. Matava tanto soldadinho que estava ficando maluquinha. Quanto mais matava, mais eu queria matar e falava a mim mesma: "Mata, mata, mataaaaaaa!!!!" Até que o menino falou pra mim: “ Você não quer ser do lado do bem agora?” E eu então respondi com outra pergunta: “ Ué, sou o inimigo esse tempo todo?Ah, não, não vou jogar mais, assim não tem graça.”
Ele então riu e disse que sim. Aí eu achei que era bom parar com aquela matança. Afinal parecia que tudo tinha uma breve ligação com a Vanessa da Mata.
- Matar, Mata, Matança, Matava, Matou, Matamos, Matando...
Chega de tanta morte!! Logo eu que já me considerava assassinada pela traição da Vanessa! O que eu fiz pra ela não cantar da forma que eu queria que ela cantasse? Será que era algo pessoal?
O menino como se adivinhasse meus pensamentos disse: “ Vamos continuar! Imagina que os soldadinhos são um monte de Vanessinhas da Mata!”
Eu ri e disse em seguida: “ Não! Ela me assassinou moralmente, mas eu não farei o mesmo com ela.” Saí da sala dando beijos pra todos e ao passar pela porta, acordei!
Fim