Cadê as curvas? Cadê as retas? Cadê as cores ou a ausência delas? Cadê a liberdade seguida da tal criatividade? Cadê?
Ou o tédio me acompanha ou eu preciso urgentemente me mudar.
Nada ao meu redor é tão empolgante como antigamente. E a empolgação mexe um tanto comigo, especialmente com minha vontade de criar. Mais longe ainda, não só a vontade, mas a ação em si.
A empolgação me encoraja a agir, agir, agir... Mas aqui, nem de longe eu consigo prosseguir.
Preciso de uma nova história talvez, viver algo novo, respirar ares de lugares que ainda não fui... Quem sabe tomar uma dose que seja do surreal, já que a realidade neste instante não me inspira. Ou talvez viver uma realidade que eu deseje para mim.
Há dias minhas ideias estão dispersas... elas não se encaixam, não se conectam. Esse bloqueio me corroi por dentro. Como exprimir a arte sem aguçar uma mente imaginativa? Como fazê-la funcionar já que dela preciso para viver e sobreviver?
Qualquer dia fujo desta realidade detestável... (Tá, não completamente detestável, mas uma parte, que seja!)
Qualquer dia anulo toda coisa que me faz esquecer as tais invenções da vida e fujo... só pra ter oportunidade de ter um pouco mais de mim.
E quando eu jogar as velhas coisas fora, que ninguém me peça pra voltar outrora... Eu vou criar tanto, mas tanto, que nesse novo mundo só existirá eu e quem eu desejar de verdade comigo.
Nesse dia, ao invés de quebrar a falta de conectividade que me cerca, quebrarei as grades que me prendem aqui.
