Acabou e nem havia começado...

É possível algo terminar antes mesmo de começar?

Essa pergunta vem de uma história tão comum... de uma história que (sem detalhes) pode ser comparada a muitas das histórias de “amor” que acontecem por aí.

... Uma moça conhece um rapaz, se apaixona, se recua, se guarda, se protege, confessa e depois de um tempo, resolve então (mesmo com toda cautela necessária) se entregar a essa grande paixão. Acredita, sonha, se permite enfrentar um futuro incerto e improvável só pra não carregar o peso nas costas de ‘se ser covarde’.

Ela se permite um dia a dois... dois dias, três dias... Tornam-se cúmplices de um desejo tamanho e um carinho sem medida.

Não existe uma liberdade que ela possa considerar dela, mas existe a vontade de esperar a hora certa para gritar ao mundo a força de sua grande paixão.

Palavras são ditas... palavras que exprimem otimismo. Otimismo que almeja uma união futura que acham justa.

O jovem um dia se despede, promete voltar e pede para que ela o espere. Assim ela o faz, se guarda, se alimenta de todos os momentos que passaram juntos e o espera com toda sua positividade abundante.

Eles não se consideram namorados, mas amantes de uma história linda. E que infelizmente logo é surpreendentemente interrompida por um acontecimento inesperado (pelo menos para ela). Ele se apaixona por outro alguém.

Ela se fecha, se entristece, se desliga (ou tenta)... e chora. Chora até que as lágrimas acabem. Chora até que o ar lhe falte. Não se arrepende de ter se permitido gostar tanto...mas sofre. A dor é inevitável. Sofre calada e não pode sequer gritar de dor, a dor que transborda do peito sangrado, ferido e estraçalhado por uma injustiça do destino.

Aí vem a pergunta: Um romance que acaba sem antes mesmo começar é chamado de que exatamente? Existe um nome para isso? Existem respostas para as perguntas do coração? Cadê as respostas? Por que quem sofre espera sempre guardar a dor dentro de uma caixinha e abri-la num dia de “São Nunca”, mesmo sabendo que quando se gosta, a probabilidade de se machucar a qualquer momento é de quase 100%? Por que as pessoas boas, verdadeiras, tendem a levar um coice do destino como se a vida fosse um eterno livro de aprendizagem, onde o aprendiz nunca aprende a hora certa de levantar-se sem que haja outro coice a sua espera? Por que quando se gosta tanto de alguém, o medo toma conta como um aviso prévio de que algo poderá dar errado e mesmo assim se teima em continuar por achar que desistir na metade do caminho pode ser sinal de fraqueza? ( E o mais foda é quando algo errado acontece e você tem o medo como seu aliado, a ponto de dizer: “ Medo, perdoe-me, você bem que tentou avisar” ). Ah, quer saber, chega de tantas perguntas sem respostas.

Acabou!

Quer saber moça!? Ganhe o mundo, viva a vida... deixe de sofrer ( como se fosse simples assim). Mas olha, você tem um coração de ouro, uma índole invejável e esses olhos que mesmo olhando para o nada conseguem estar presentes sempre. Olhe para si e veja tudo isso aí que você é. Você é incrível! Hunrum, você é incrível sim! Se todos te dizem isso, deve haver verdade não é? Então, beba seu licor de maracujá, costure o coraçãozinho com linha de ‘amor próprio’, vista seu vestidinho de seda (aquele que lhe cai super bem), ouça uma boa música (nenhuma que lhe prenda a quem lhe fez sofrer). Procure uma bem animada ou relaxante e dance...dance até que as pernas fiquem bambas, o coração acelerado e a respiração ofegante. Fique extasiada! Sinta o prazer e a satisfação de ‘fazer amor’ consigo mesma. Seja feliz e depois volte para me contar.

Você vai perceber que foi bem melhor ter terminado antes mesmo de ter começado.