19 junho 2009

Tarde de um domingo (parte 1)

| |

...Tudo que eu queria era um lugar calmo, onde eu pudesse relaxar e esquecer de todas as causas das minhas lágrimas naquela manhã... Então, saímos "eu e eu" a procura desse lugar perfeito.
Eu não tinha tomado café da manhã nem almoçado aquele dia. A tristeza me faz perder completamente o apetite. Com um vazio na alma e um buraco no estômago eu só queria estar só e bem longe do meu "castelo de farsas". Pensei no "meu lugar" acolhedor de almas perdidas, abandonas e solitárias. Um parque que sempre vou quando preciso relaxar um pouco. Mas ainda não tinha certeza se lá seria um bom lugar para esse meu dia tão amargo.
Jamais poderia imaginar que o mesmo lugar de antes, seria o lugar mais adequado para mim aquele dia. Cheguei lá e encontrei exatamente tudo que eu desejava.
Lá não havia mais ninguém além de quatro amigos agrupados sentados na grama conversando, dois guardas andando de um lado para o outro fazendo a segurança do local e um casal estudando sentado em um banco.


Encontrei ali uma paz tão apurada como nunca havia encontrado antes! Não ali naquele lugar. Olhei ao meu redor e tudo me pareceu mais imenso do que das outras vezes quando lá estive. Caminhei um pouco, observei tudo e sentei no gramado, bem embaixo de uma árvore gigantesca. Sentindo a leve brisa batendo em meu rosto. Vendo as folhas secas caindo ao chão com o balançar das árvores que o vento fazia. Canções vinham em minha mente sem aviso prévio e lá estava eu cantarolando sozinha marcando compasso com minhas mãos na minha mochila de estimação (essa sempre está comigo, ou quase sempre). Aliás, se essa mochila falasse teria muita história pra contar... (risos)


Fiquei ali por um bom tempo me deliciando de uma tarde maravilhosa. Observei as coisas mais minúsculas, os detalhes mais minuciosos, os diminutos mais despercebidos causados pela modernidade, onde os homens correm contra o tempo e nem sequer olham por onde pisam, porque olhar leva tempo demais. Percebi que as formigas pequenas trabalham mais que as grandes ( ou aquele dia deveria ser feriado "formigundo" para as donzelas fisicamente mais desenvolvidas ). Perdi a conta de quantas vezes senti sementinhas caírem sobre minha cabeça e que por sorte eram bem leves. Um inseto pousou no meu ombro e (confesso) quase morro de tanto medo, até olhar bem pro rostinho dele e ver suas anteninhas balançarem de um lado para o outro como se estivesse dançando e nada mais. Meu medo se foi e logo veio a saudade. Ele estava ali só de passagem e eu tinha que entender isso. Mas fiquei tão curiosa! Não sei que inseto era aquele, só sei que era muito bonito embora inicialmente assustador. Algumas pessoas são assim, o que explica rapidamente o velho ditado " Nem tudo que parece é".
Abri a mochila, tirei meu livro e então comecei a ler. Resultado, finalmente terminei de ler os três livros que havia comentado meses atrás. Acho que eu só precisava de um lugar tranquilo para concluir minha leitura.
Resolvi dar mais uma volta no parque e então fui para o outro lado onde geralmente fico sempre que vou. Uma moça passou por mim, me olhou como quem queria perguntar algo. Fiquei olhando para ela, com intuito de encorajá-la, mas quando chegou bem perto, ela desviou o olhar, olhou para o chão e continuou andando. Pensei - Essa deve ser mais tímida que eu!
Procurei um banco que ficasse na sombra de uma das árvores daquele lugar, mas o único que tinha estava ocupado com um casal de adolescentes. Aos poucos as pessoas estavam indo ao parque. Continuei andando, sentindo aquele vento contra meu corpo o qual me fazia sorrir de graça. Avistei a moça tímida sentada lá longe com um caderno em seu colo. Vez por outra ela olhava para trás. O casal apaixonado levantou-se do banco e saiu de mãos dadas. Finalmente sentei naquele banco e com um leve sorriso no rosto, tirei minha melissinha do pé, me estiquei no banco e fechei os olhos. Me desliguei de tudo, me desliguei do mundo lá fora, da poluição, da violência, da maldade, da injustiça... Desenhei um mundo pra mim naquele momento. Era um mundo colorido onde os sonhos pareciam mais reais que a própria realidade, porque a realidade às vezes é dura demais. Demorei com aquele desenho na minha cabeça porque aquilo tava me fazendo um bem danado.
- Oi, tá dormindo?- era a moça tímida que havia me evitado sabe-se lá porque.
Abri os olhos, sentei numa posição mais comportada, posso assim dizer, olhei para a moça e respondi:
- Oi.
- Desculpa, mas seu nome é Laura?
- Rsrs, não.
- Nossa, você se parece muito com uma amiga minha do sul. Fiquei impressionada! Eu tinha que perguntar, mas fiquei sem jeito de perguntar assim...
- Hunrum, percebi.
- Então tá. Desculpa mais uma vez viu!
- Ah, sem problema! Ela é bonita pelo menos?
- Quem? A Laura? Rsrsrs. É sim!
- Menos mal. Ser confundida com gente feia não é nada legal.
- Hahaha. É verdade!
- Então tá, xauzinho!
- Xau!
Por incrível que pareça eu também achei aquela moça parecida com uma colega dos meus tempos de colégio. Mas perguntar seria no mínimo "ctrl c ctrl v" demais. E para uma designer, copiar (seja lá o que for) não cai nada bem. Bom, ela tirou a dúvida dela e eu (boba que sou) fiquei aqui sem respostas. Mas o que importa? Eu nem me dava bem com a tal colega do colégio mesmo.
(continua...)


3 comentários:

top
Anônimo disse...

eu queria mesmo era ser essa mochila a inseparavel hehehe
bjos loka se cuida te adoro

bethinina disse...

adorei o texto amiga..que bom que vc voltou a escrever tava com saudade de tuas palavras!!sabes que elas me confortam né!!!
te adorro muito mana

. disse...

bigada linda =)

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Visitinhas

contador

Pesquise aqui

Assine

Receba as atualizações em seu email. Basta digitar seu endereço e...:

Saiba antes de todos!

Conteúdo

Blogs Legais

Seguidores